Agora que o ano fechou para a Sonaecom é relevante darmos uma vista de olhos no fenómenos capitalista que a OPA revela: a possibilidade da Sonaecom comprar uma empresa que joga noutra liga.
Em 2006 a Sonaecom teve lucros de 17 milhões de euros. A PT atingiu os 867 milhões de euros. 51 vezes mais.
Em 2006 a Sonaecom teve um EBITDA de 184,3 milhões de euros. A PT atingiu os 2423 milhões de euros. 13 vezes mais.
Gostava de poder comparar mais profundamente os resultados de ambas as empresas, mas infelizmente a Sonaecom ainda não publicou a apresentação de resultados de 2006 no site.
Mas é aparente e clara a diferença que existe entre as duas empresas, não se pode dizer que trabalhem com a mesma ordem de grandeza.
O interessante é tentar entender como é que é possível que a OPA alguma tivesse sucesso. Afinal, onde é que a Sonaecom iria ter capacidade financeira para efectuar tal mega-operação? A verdade é que não tinha (nem tem).
Tinha, no entanto, um aliado financeiro poderosíssimo, o Santander. Resumidamente, a ideia da operação era pedir capital emprestado ao Santander, comprar a PT, vender alguns activos e amortizar a dívida contraída. É o que se chama de LBO.
Para já ficamos sem saber o que teria realmente acontecido para que a Sonaecom conseguisse pagar a dívida. Mas outros episódios se avizinham.
Curioso na notícia dos resultados da Sonaecom é o valor pago às consultoras, para assessoria na OPA: 20 milhões de euros. Imaginando que a PT gastou [pelo menos] outro tanto, facilmente entendemos porque é que cada vez existem mais consultoras.
Última actualização: 02/02/2017
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